Hoje, no Dia internacional da Mulher, quero homenagear duas mulheres que me inspiram muito até hoje.Vamos conhecê-las?
Proibições, discriminação e muito preconceito marcaram o ideal das primeiras mulheres que ousaram desafiar tudo e levar adiante o sonho de se formarem médicas no Brasil. Nesse período, a educação superior feminina era basicamente o magistério. As mulheres formavam-se professoras para ensinar em cursos primários. Mulheres que ousaram e fizeram outros cursos facilitaram o nosso caminho!
A primeira desbravadora chamava-se Rita Lobato Velho Lopes, uma gaúcha de fibra, que sempre soube o que queria, e foi a primeira médica a se formar e exercer Medicina no Brasil em 1887!
Dra. Rita especializou-se em obstetrícia para evitar que as mulheres morressem no parto, pois sua própria mãe morreu dando a luz ao décimo quarto filho
Foto Rita Lobato Velho Lopes. Fonte Wikipedia.
Atualmente, os homens ainda são maioria entre os médicos brasileiros. Dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em 2018, apontam que, dentre os 414.831 profissionais da medicina em atividade, 225.550 são homens (54,4%) e 189.281 mulheres (45,6%). Mas essa diferença na distribuição de médicos e médicas vem caindo – fato que aponta para uma feminização da área no país.
Na minha turma de faculdade, foram 83 formando e destes 48 eram mulheres, mais da metade.
Os tempos estão mudando e a cada dia a mulher vem assumindo o seu posto de igualdade e eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa história.
A segunda mulher, deixou além de inspiração muita saudade: Vovó Inês.
Tenho muitas lembranças da minha avó. Lembro do seu perfume de alfazema e o vestido que ela mesma costurava com dois bolsos cheios de chaves. Ela tinha chave até nas geladeiras! Sim. Geladeiras no plural. Porque uma geladeira era apenas para guardar as guloseimas das netas.
Vovó só nos chamava de “meus amorecos”. Toda tarde rezava ao menos um terço e tinha um fusquinha amarelo creme que ficava na garagem da casa que não podíamos entrar. Até hoje quando sinto um cheiro de pão assado, lembro do café da manhã na casa da Madalena. Os almoços de domingo eram sempre fartos. O prato preferido de cada neta e um senhor bolo de chocolate com MUITO chocolate.
Mas Vovó Inês, além de minha avó e uma cozinheira de mão cheia, era médica. Foi a filha caçula de 9 irmãos e entre todos esses a escolhida para estudar. Começou a estudar em casa e já mais velha. Suas irmãs cozinhavam e costuravam para custear seus estudos.
Formou-se em Medicina em 1946. Somente ela e mais duas mulheres. Tratava de pacientes com tuberculose. Ela era Tisiologista - uma especialidade que nem existe mais - hoje é o pneumologista. Vovó era autodidata e aprendeu hebraico para ler o Torá. Foi uma grande mulher, muito inteligente e que venceu muitas barreiras.
E você? Que mulheres te insipiram? Me conta nos comentários!
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