A escleroterapia é um procedimento que fazemos muito no consultório. Provavelmente todos os dias.
É conhecida por alguns como aplicação ou secagem de vasinhos e pode ser utilizada como complemento da cirurgia, do laser, em forma de espuma ou como um tratamento isolado.
Mas será que é somente um procedimento corriqueiro? Ou existem riscos e contraindicações?
Quão segura é a escleroterapia?
Primeiro, vamos entender que existem diferentes tipos de escleroterapia. Vamos conhecê-los:
Escleroterapia líquida: essa é a forma mais comum. Nesse procedimento, um líquido esclerosante - uma medicação - é injetado no interior dos vasinhos. A escolha do líquido pode variar de acordo com a preferência do cirurgião vascular e a veia tratada.
Escleroterapia com espuma: é o uso do polidocanol, que é um esclerosante líquido, combinado com ar para formar a espuma e utilizado no tratamento de veias maiores a vasinhos.
A forma de realizar a escleroterapia também pode variar. Podemos realizar o procedimento sem ajuda de aparelhos, ou seja, a olho nu, ou com ajuda da realidade aumentada ou ultrassom para veias mais profundas, perfurantes ou safenas.
Seja qual for o líquido utilizado para a escleroterapia líquida ou sob a forma de espuma. Existem contraindicações.
São consideradas contraindicações absolutas - pacientes com essas condições não devem realizar o tratamento:
Alergia ao líquido esclerosante
Pacientes com trombose venosa profunda ou embolia pulmonar recentes
Infecções de pele na área a ser tratada
Pacientes restritos ao leito, acamados ou que vão passar por períodos de imobilização
Pacientes com comunicação entre os corações direito e esquerdo (forame oval patente) não devem realizar escleroterapia com espuma. Mas podem fazer a escleroterapia líquida.
Existem ainda situações em que devemos avaliar o risco do procedimento e o benefício que ele vai gerar. O procedimento pode levar a risco maior para o paciente e por isso deve ser bem avaliada se deve ou não ser realizado - são as contraindicações relativas. Vamos vê-las:
Mulheres grávidas e que amamentam - não há estudos que confirmem a segurança do bebê. O mais seguro é aguardar essa fase passar.
Pacientes portadores de doença arterial periférica (entupimento das artérias) - realizar escleroterapia pode levar a complicações como úlceras, feridas e amputações. Portanto, o benefício deve ser bem claro e necessário.
História pessoal de alergias
Pacientes com tromboflebite ou trombose venosa superficial, história de trombose venosa profunda, trombofilia ou outra situação de alto risco de trombose venosa profunda - uma das complicações da esclerotarpia é trombose e o risco pode ser maior em pacientes com fatores de risco associados para a doença.
E ainda pacientes com história de alterações neurológicas após escleteroterapia com espuma devem evitar novas sessões.
Podemos perceber que é um procedimento que exige cuidado, pois complicações graves, apesar de raras, podem ocorrer.
Por isso é importante a consulta e exame físico bem feitos para identificar as contraindicações e fazer o tratamento com profissional capacitado, ou seja, o cirurgião vascular que é treinado para realizar o tratamento e tratar possíveis complicações.
Semana que vem vamos falar sobre complicações da escleroterapia. Não perca!
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