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Varizes X Viagens longas: é seguro?

Foto do escritor: Catarina AlmeidaCatarina Almeida



Uma preocupação após viagens longas, principalmente de avião, é trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Mas ter varizes é um risco a mais e eu devo me preocupar?


Varizes acometem as veias.

A trombose venosa profunda também.

Talvez por isso a preocupação frequente de muitos pacientes da associação entre trombose e varizes. Porém são doenças bem diferentes.


As varizes causam dor, inchaço e veias dilatadas nas pernas. Podem levar a formação de coágulos, porém são veias superficiais e a chance de complicações é menor.


A trombose venosa profunda ocorre pela formação de coágulos dentro das veias. Mais frequentemente nas veias das pernas. É uma doença potencialmente grave, que uma vez suspeitada, deve ser sempre investigada e tratada. A maior e mais temida complicação da trombose venosa profunda é a embolia pulmonar - quando um coágulo se desprende da perna e vai para o pulmão.


Os sintomas da trombose são dor e inchaço na perna, dor no peito e falta de ar. Importante lembrar que geralmente acomete uma só perna. Trombose venosa profunda bilateral não é comum.


E algumas vezes conseguimos identificar um fator de risco como viagens longas, cirurgias recentes, uso de pílula anticoncepcional (veja aqui), sedentarismo, tabagismo, obesidade. (Saiba mais sobre trombose venosa profunda aqui)


Já é conhecido na literatura que longas viagens (acima de 4 - 6 horas) seja de trem, carro ou avião aumentam o risco de trombose. Isso acontece porque ficamos muitas horas parados na mesma posição. E a imobilidade leva a estase do sangue, ou seja, o sangue circula mais devagar e facilita a formação de trombos.


O risco parece ser maior em viagens de avião, pois a diferença da pressão atmosférica, a menor quantidade de oxigênio na cabine e a desidratação  podem ter relação com os coágulos.


O risco de TVP após viagens de avião se mantém até 8 semanas após a viagem. As tromboses acontecem mais frequentemente 4 dias a 2 semanas após o vôo.


Diferente do que pensávamos, pois a trombose venosa do avião era conhecida como Síndrome da Classe Econômica, o risco é igual para classe econômica ou executiva e primeira classe. Outros fatores de risco importantes:

  • Risco 2 vezes maior para quem senta na janela e pacientes acima do peso.

  • Risco 40 vezes maior para mulheres em uso de pílula anticoncepcional até 40 anos.

  • Risco 20 vezes maior para cirurgias recentes (até 30 dias).

  • Risco 8 vezes maior para pacientes com câncer.


Ninguém vai deixar de viajar!!!

Então vamos ver o que fazer para se proteger em longas viagens.* 


- Mexa-se! Levante-se, mexa as pernas, ande, faça movimentos nos pés como quem acelera o carro. Tente se mexer a cada 2h.

- Mantenha-se hidratado. Abuse da água!

- Evite excesso de álcool durante as viagens.

- Use meias de compressão. Além de proteger contra a trombose, você não vai chegar com as pernas doendo ou inchadas no seu destino.

- Evite cadeiras na janela e sente no corredor.

- Para pacientes com riscos extras de trombose ou história prévia de trombose, consulte seu médico para avaliar a necessidade de anticoagulantes.

- Caso tenha feito uma viagem recente ou ao chegar no seu destino tenha algum sintoma como os descritos acima, procure atendimento médico.  

- Por último, não menos importante, aproveite muito suas férias e sua viagem!!!


*Os cuidados devem ser ainda maior em pacientes com algum fator de risco extra para trombose como história prévia de trombose ou na família, portadores de trombofilias, cirurgias recentes, neoplasia, acima do peso, tabagistas e etc.


Grande abraço, boas férias e boa semana a todos,


Catarina


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